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segunda-feira, fevereiro 12, 2007 

Tema para debate 12 Fevereiro

O Destak convida os seus leitores e internautas interessados a comentar os seguintes assuntos nos comentários deste post. Partilhe a sua opinião.

Como interpreta os resultados do referendo realizado ontem, sobre a despenalização da interrupção voluntária da gravidez? E como acha que decorreu o processo que, nas últimas semanas, levou a debate questões como a vida, o planeamento familiar, a educação sexual ou o aborto clandestino?

Serão seleccionadas algumas das melhores respostas para aparecerem na edição de papel do jornal [por favor, assinem os comentários, nem que seja com iniciais ou o primeiro nome e, se possível, com a vossa localidade.]

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Simples, muito simples! Portugal moderno ganhou!
40% não fazem aborto, 60% podem fazer até às dez semanas sem penalização.
Basta agora criar condições sociais, económicas (e outras)que evitem a interrupção da vinda de vidas ao mundo entre os que votaram sim!
Portugal moderno ganhou! Quanto ao atrasado, que se modernize!
Silvino Figueiredo
Gondomar

NA minha opinião, a votação e os resultados verificados, demonstram que portugal apesar da divergência de opiniões entre as pessoas, o acto eleitoral e todo o processo que o antecede, correu com uma participação acalorada, mas sempre com respeito mutúo. Quanto ao resultado das eleições, na minha opinião estou sem duvida convencido que foi mau, esta é a minha opinião, e a da minoria dos Portugueses, espero que me engane, e que o nosso povo tenha realmente a maturidade suficiente, para fazer um uso correcto, da nova realidade presente nas suas vidas.
João Bamond, Queluz

Na minha decisão, ponderei vários aspectos como os apresentados na pergunta. Penso que durante a campanha ao referendo foram esquecidas essas questões, que desde o inicio deveriam ter sido apresentadas para uma melhor consciencialização do tema por parte dos eleitores. Provavelmente foi isso que faltou a muito eleitores, julgando a percentagem de abstenção.
Julgo que a única mudança para melhor que irá surtir, será o facto de as mulheres que realmente queiram fazer o aborto, teram à sua disposição uma forma clinica e higiénicamente acessivel para o fazer.
Deve no entanto ser criado um suporte, no ambito da ajuda psiquiatrica, para acompanhar a mulher antes, durante e depois de todo o processo de aborto.
Vladimiro Lemos, Maia

Apesar de alguns portugueses, hoje, pensarem o contrário, acredito e tenho fé que, um dia, os nossos netos verão neste Domingo, uma vitória de todos.
A partir deste momento já não haverá razão para se porem mais obstáculos à instituição da educação sexual em todas as escolas, e um planeamento familiar eficaz e abrangente.
Não esquecendo as medidas de protecção à maternidade e apoio social de mulheres e famílias de baixos recursos económicos, desempenhando, aqui, os movimentos cívicos de solidariedade um importante papel que deve ser articulado com as medidas governamentais.
A grande diferença será que, a partir de agora, os técnicos ligados à saúde, médicos, enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais, ocuparão, progressivamente, o lugar da parteira de «vão de escada», tendo assim a oportunidade de chegar até estas mulheres e seus problemas essenciais, podendo tratar e encaminhar cada caso de maneira adequada, promovendo a saúde e a vida, quer da mãe quer, muitas vezes, do feto.
Alegra-me verificar que o governo irá, muito provavelmente, aplicar o modelo alemão, de consulta prévia e três dias de ponderação. A eficácia destas medidas dependerá, sobretudo, da correcta e atempada informação, com devido encaminhamento das situações para centros de saúde com equipas especializadas, centros médicos, e alguns hospitais que definam dar uma boa resposta., o uso, sempre que possível, da IVG química, em mulheres que mantenham a sua decisão de interromper a sua gravidez, e posterior, encaminhamento para consulta de planeamento familiar.
Os médicos objectores de consciência têm o dever de encaminhar, atempadamente, estes casos, para colegas que não o sejam, e deverão manter essa postura nos seus consultórios e clínicas privadas.
Finalmente, não deve ser ignorado que uma postura social construtiva e solidária perante a jovem mãe solteira, será muito mais eficaz a incentivar o instinto natural de prosseguir a gravidez, do que atitudes discriminatórias e acusatórias que mais não fazem que inibir este instinto. Portanto, mudar esta mentalidade social que vê na gravidez da mulher solteira uma maldição por seus «maus comportamentos», em vez de uma bênção de vida, a encorajar, será uma medida muito mais eficaz de combater o aborto e salvar vidas do que uma lei incriminatória e penalizadora.
Ana Matos

Acredito que daqui a um ano, quem quer abortar vai fazê-lo em Espanha, pois:

- Será mais barato, sempre, e compensa a viagem
- Não precisa de ir para filas de espera intermináveis, nem agendar consultar a ir para a fila do posto de saúde às 6 da manhã
- Porque não quer que se saiba nas redondezas

resultado deste referendo, foi ates de mais uma vitória dos ideais do 25 de Abril de 1974, agora sim, a Revolução dos cravos atinge o seu propósito de liberdade e de igualdade de géneros no nosso país.

A Igreja Católica, pode agora reflectir sobre o assunto, pode excumungar, pode dizer o que quiser, mas um facto é real: o aborto em Portugal até às 10 semanas efectuado por opção da mulher, foi despenalizado, e isso é inegável. A Igreja Católica perdeu a aposta, apostou no cavalo errado, na equipa errada, agora só tem de apanhar os cacos e viver com o facto de já não ser válido o seu argumento medieval "quem abortar vai parar ao Inferno". Agora, esse argumento, essa ameaça, ficará para sempre perdida na Idade Média, na altura, em que se queimavam pessoas vivas, nas fogueiras da Santa Inquisição (qual santa? só se for santa do pau caranchoso!), por se atreverem a pensar diferentemente da ideologia reinante na altura e por esse crime horrendo que se chama pensar.

A Igreja Católica fica estagnada na Idade Média, enquanto que Portugal... esse país onde até ontem as mulheres iam presas por fazerem abortos, e já não serão presas com a vitória do sim, nem mais uma mulher irá para o presídio feminino por ter escolhido abortar. A moral de uma minoria caquética, desgastada, atrasada, foi derrotada, por uma moral maioritária, da juventude que não quer as suas namoradas, mães, mulheres, amigas, primas, irmãs, tias, cunhadas, atrás das grades de uima prisão. E os olhos da minha avó, voltaram a brilhar...

Olhe sr: nunca ninguém foi visitar nenhuma srª á prisão, por ter morto uma criança dentro dela.
quanto ao Portugal moderno, o tempo mostrar-lhe-á, um futuro cada vez mais, de portugal de bengala na mão e, de bolso vazio, porque daqui a uns anos, quando quizer a sua reformazita, não vai ter quem a trabalhe para si e, quando sair á rua até vai ter a impressão de, que está de visita a um lar de idosos, todos de cabelinho branco e, claro de bengualita na mão.
João Bamond, Queluz

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