Correio do Leitor
[Esta é uma carta de uma leitora, na sequência das muitas cartas que recebemos sobre a situação dos enfermeiros em Portugal]
Caros Leitores - Enfermeiros
Só se fala nos direitos dos enfermeiros, dos técnicos de enfermagem e seus estudos, mas ninguém fala, por exemplo, nos direitos dos auxiliares de acção médica, que não fazem greve por que os seus ordenados são irrisórios e estes mesmos funcionários também pegam em doentes com 100 quilos.
Os enfermeiros nunca pedem ajuda aos seus colegas de Profissão para não sobrecarregar outro colega, mas sim aos auxiliares para ajudar nas higiene, para ajudar nos levantes de doentes, para fazer as camas, para manter as unidades limpas e também com as refeições.
E mais lhes digo, chegam a ser dois auxiliares para dez ou doze enfermeiros e também se vão reformar já caducos.
Com todo o respeito que o doente merece, pois eu também sou doente e acho estas medidas vergonhosas.
Margarida, Almada
Caros Leitores - Enfermeiros
Só se fala nos direitos dos enfermeiros, dos técnicos de enfermagem e seus estudos, mas ninguém fala, por exemplo, nos direitos dos auxiliares de acção médica, que não fazem greve por que os seus ordenados são irrisórios e estes mesmos funcionários também pegam em doentes com 100 quilos.
Os enfermeiros nunca pedem ajuda aos seus colegas de Profissão para não sobrecarregar outro colega, mas sim aos auxiliares para ajudar nas higiene, para ajudar nos levantes de doentes, para fazer as camas, para manter as unidades limpas e também com as refeições.
E mais lhes digo, chegam a ser dois auxiliares para dez ou doze enfermeiros e também se vão reformar já caducos.
Com todo o respeito que o doente merece, pois eu também sou doente e acho estas medidas vergonhosas.
Margarida, Almada
Bem, e em género de introdução, quem melhor para defender os direitos dos auxiliares de acção médica (A.A.M.) do que os próprios? Se ponderarmos bem a questão verificamos que, em sociedade, são os próprios grupos e classes que necessitam de se defender a eles mesmos, e creio que se tem de começar por algum lado, considerando, então, este comentário bastante propositado.
Não considero, contudo, propositado estar a defender uma classe em detrimento de outra, ou seja, defender os A.A.M. desgratificando e denegrindo a imagem dos profissionais de Enfermagem.
Relativamente ao número de Enfermeiros existentes (sou ainda Estudante de Enfermagem no terceiro ano), em todos os serviços pelos quais passei e pelas experiências de que tenho conhecimento, é realmente raro (no meu domínio de conhecimento) que exista uma tão grande quantidade de Enfermeiros num turno como refere ("10 ou 12"), estando normalmente em número máximo de 5/6 Enfermeiros, acompanhados de 3/4 A.A.M. [isto num turno da manhã], visto num turno da tarde se encontrarem cerca de 2/3 enfermeiros e 2 num turno da noite.
Para mais, o facto de se solicitar o apoio de um A.A.M. deve realmente ao facto de não se sobecarregar um colega de profissão, chegando a ficar cada um com cerca de 6/7 ou mais doentes, muitos em situações de um estado de depêndencia que requerem atenções redobradas.
Desta forma, considero útil que defenda os A.A.M. mas fazê-lo de forma descontextualizada e de certo modo incorrecta (porque conta apenas o seu lado da história) é que se podia ter evitado.
Com os melhores cumprimentos
J.M., Charneca Caparica
Posted by Anónimo | 22/12/05 12:10 da manhã
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Posted by Anónimo | 16/2/07 9:53 da tarde