« Home | Passatempo "Xavier Rudd" » | Passatempo "Regresso a Lisboa" » | FOTOlog actualizado » | Tema para debate 23 Outubro » | Passatempo "Bonde do Role" » | Passatempo "Tempestade" » | Tema para debate 20 Outubro » | Tema para debate 19 Outubro » | Passatempo M.A.U. » | Tema para debate 18 Outubro » 

terça-feira, outubro 24, 2006 

Entrevista ao ministro das Finanças e da Administração Pública


[O Destak publica de seguida a entrevista ao ministro das Finanças publicada no jornal de hoje, na sua versão integral.]

Teixeira dos Santos, ministro das Finanças e da Administração Pública
«A situação actual compromete o nosso futuro e o dos nossos filhos»

Teixeira dos Santos O ministro das Finanças e da Administração Pública não fuma e tem o hábito saudável de fazer a pé o percurso de 40 minutos de casa para o Ministério, onde chega às 9h15. Nasceu na Maia, tem dois filhos e é adepto do FC Porto. Gosta de cinema e de música, foi ao concerto dos Rolling Stones no Porto, e até tem um i-pod (o aparelho de música da Apple que fez ontem 5 anos).

Entrevista por Francisco Pinto Barbosa e Luís Martins
Fotos de André Santos/Destak

FRASES
«Espero que a partir de 2008/09 a nossa economia já possa crescer acima da média europeia»
sobre o futuro crescimento económico

«Falta perceber o valor porque não há dívida. Não faz sentido, sequer, falar-se em perdão fiscal»
sobre o valor do alegado perdão fiscal concedido à banca

«Está abaixo do que os outros países têm gasto (...) as orientações definidas são as de contenção e rigor»
sobre os 45 milhões de euros orçamentados para a presidência da UE

«Quanto à questão do critério de fundo, o Pacto de Estabilidade é claro: o défice "medido" e não o défice estrutural»
sobre o facto de já não cumprir o limite dos 3% do défice estrutural

«Linguagem [de Santana Lopes] é imprópria de um ex-primeiro-ministro»


--

No contexto da Zona Euro, Portugal é o país que vai apresentar o pior défice e o terceiro pior crescimento do PIB em 2007. Países como a Irlanda alcançam crescimentos na ordem dos 5%, com as contas equilibradas, a Grécia deverá crescer em torno dos 3%, o dobro da velocidade de Portugal. Como é que os portugueses podem encarar de forma positiva os números que o Governo apresenta agora?
A sua apreciação é uma apreciação de facto, em si. Com efeito, os números são indesmentíveis. Mas revelam também a dimensão do esforço que o ajustamento orçamental implica e que temos de fazer. O Governo, quando iniciou funções, confrontou-se com um défice que estaria em 6,8% em 2005. E reduzir este défice para um valor abaixo dos 3%, num período de, praticamente, três anos, é um esforço considerável. Isto, ainda por cima, numa conjuntura económica em que a economia portuguesa tinha vindo a crescer muito pouco, ao longos dos últimos cinco anos, até praticamente 2005. O crescimento médio da nossa economia ao longo desse período andaria à volta dos 0,5%, um crescimento muito aquém da média europeia, que muitas vezes serve de referência. Embora não tenhamos chegado a uma situação em que se possa dizer que tudo está bem, creio que já podemos encarar com algum optimismo e confiança os resultados animadores da política implementada. E quais são esses resultados? Repare que em 2005 o crescimento foi de 0,4%. Em 2006, a nossa previsão aponta para os 1,4% e esperamos que, em 2007, o crescimento venha a ser 1,8%. Ainda não estamos junto da média europeia, mas estamos a aproximar-nos. Há um progresso assinalável e que só nos pode dar ânimo, no sentido de prosseguirmos, com todos os esforços necessários, para melhorar a situação. Um outro resultado que me parece animador é o de que, este ano, pelas estimativas que possuímos, o défice vai ser reduzido de 6% para 4,6%. E conseguimo-lo, diminuindo o peso da despesa no PIB, porque essa é a única forma de podermos, a prazo, aliviar a carga fiscal dos contribuintes.

Etiquetas: